
No passado Domingo, dia 26 de Novembro, estive presente no IV encontro do modelos “indoor” organizado pela APSIA.
Constatei aquilo que já tinha ouvido através de diversas fontes. Mas nada é melhor que ver, ao vivo, para crer, como dizia S. Tomé, mais ou menos...
Eu que só conhecia os modelos “indoor” de há quarenta e tal anos a esta data, feitos a longarinas de balsa de 0,5x0,5mm, com 60cm de envergadura, forrados a microfilme, com 0,5g de peso e elásticos finíssimos que accionavam um hélice a meia rotação por segundo para um voo de mais de meia hora.
Agora, os modelos são motorizados. Motores eléctricos sem escovas, muito pequenos, servos miniatura, receptores minúsculos e baterias de lítio permitem a construção e voo de modelos extraordinários que evoluem de toda a maneira e feitio, durante longos minutos, no espaço limitado de um ginásio.
Para quem ainda não conhece é um verdadeiro espanto.
E, ainda melhor, é que o evento, designado de encontro, contou com a presença de 26 aeromodelistas! Onde é que nós temos, actualmente, cá em Portugal, uma manifestação aeromodelística que reuna tal número de participantes só numa modalidade?
O encontro decorreu entre as 10h00e as 17h30. Continuamente estiveram 3 ou 4 modelos no ar, não mais devido à simultaneidade de frequências rádio ou ao risco de colisões, apenas voando ou fazendo manobras acrobáticas ou corridas do tipo “pylon racing”.
A organização foi impecável. Nada foi descurado a favor de um encontro que deixou a todos a máxima satisfação. Desde os esquemas de protecção do público assistente aos impressos e documentos para controlo dos voos e das frequências, passando pelos aspectos burocráticos relacionados com as inscrições e verificação dos seguros de responsabilidade civil, até à distribuição de lembranças aos participantes, tudo decorreu de maneira exemplar. Estão de parabéns a APSIA, o seu presidente, Carlos Durães, e todo o elenco directivo e prestativo que, com colaborações diversas e bem planeadas, levou a bom termo este evento.
À parte tudo o que de bom acabo de referir, vem à minha memória certas competições de aeromodelismo realizadas, ou pseudo realizadas, noutros tempos, por alguns clubes, entre eles aquele que foi o maior clube de aeromodelismo nacional.
Com sade em Lisboa.
As provas, quando não eram adiadas sem os concorrentes serem informados, decorriam em quaisquer condições climatéricas, em Sintra, mesmo que chovesse a baldes e o vento as tornasse impraticáveis. Ou não havia cronometristas ou não havia prémios. Os prémios seriam dados depois, no fim do ano...
Com acontecimentos destes e uma constante protecção e apoio ao funéreo voo circular, descurando o radio controlo, foi-se processando o declínio do tal clube de Lisboa.
Construir, dá muito trabalho. Mas destruir é muito mais fácil e consegue-se de um momento para o outro.
Hoje, um grupo de dois ou três aeromodelistas dos outros tempos procuram pôr o clube de pé, “from the scratch”, após o estado lastimoso em que algumas direções o deixaram.
E esta conversa tem aplicação para o clube organizador deste encontro. Tal como aconteceu com o tal clube, noutra época, foi agora atingido o auge da qualidade e quantidade em prática do aeromodelismo pela APSIA. Fazendo menos de uma décima parte das modalidades nacionais, este é o clube com maior número de filiados e de praticantes em Portugal, sem quaisquer dúvidas. Oxalá continue com esta força e determinação e as muito próximas eleições não o encaminhem para a deterioração como tem acontecido, infelizmente, noutros casos.
Carlos Bastos
1 comentário:
Quem é o rapazinho tão jeitoso rodeado de tanto equipamento?
Sabe voar baixinho ou vai lá para as alturas?
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