01 dezembro 2006

IV INDOOR APSIA 2006


No passado Domingo, dia 26 de Novembro, estive presente no IV encontro do modelos “indoor” organizado pela APSIA.
Constatei aquilo que já tinha ouvido através de diversas fontes. Mas nada é melhor que ver, ao vivo, para crer, como dizia S. Tomé, mais ou menos...
Eu que só conhecia os modelos “indoor” de há quarenta e tal anos a esta data, feitos a longarinas de balsa de 0,5x0,5mm, com 60cm de envergadura, forrados a microfilme, com 0,5g de peso e elásticos finíssimos que accionavam um hélice a meia rotação por segundo para um voo de mais de meia hora.
Agora, os modelos são motorizados. Motores eléctricos sem escovas, muito pequenos, servos miniatura, receptores minúsculos e baterias de lítio permitem a construção e voo de modelos extraordinários que evoluem de toda a maneira e feitio, durante longos minutos, no espaço limitado de um ginásio.
Para quem ainda não conhece é um verdadeiro espanto.
E, ainda melhor, é que o evento, designado de encontro, contou com a presença de 26 aeromodelistas! Onde é que nós temos, actualmente, cá em Portugal, uma manifestação aeromodelística que reuna tal número de participantes só numa modalidade?
O encontro decorreu entre as 10h00e as 17h30. Continuamente estiveram 3 ou 4 modelos no ar, não mais devido à simultaneidade de frequências rádio ou ao risco de colisões, apenas voando ou fazendo manobras acrobáticas ou corridas do tipo “pylon racing”.
A organização foi impecável. Nada foi descurado a favor de um encontro que deixou a todos a máxima satisfação. Desde os esquemas de protecção do público assistente aos impressos e documentos para controlo dos voos e das frequências, passando pelos aspectos burocráticos relacionados com as inscrições e verificação dos seguros de responsabilidade civil, até à distribuição de lembranças aos participantes, tudo decorreu de maneira exemplar. Estão de parabéns a APSIA, o seu presidente, Carlos Durães, e todo o elenco directivo e prestativo que, com colaborações diversas e bem planeadas, levou a bom termo este evento.
À parte tudo o que de bom acabo de referir, vem à minha memória certas competições de aeromodelismo realizadas, ou pseudo realizadas, noutros tempos, por alguns clubes, entre eles aquele que foi o maior clube de aeromodelismo nacional.
Com sade em Lisboa.
As provas, quando não eram adiadas sem os concorrentes serem informados, decorriam em quaisquer condições climatéricas, em Sintra, mesmo que chovesse a baldes e o vento as tornasse impraticáveis. Ou não havia cronometristas ou não havia prémios. Os prémios seriam dados depois, no fim do ano...
Com acontecimentos destes e uma constante protecção e apoio ao funéreo voo circular, descurando o radio controlo, foi-se processando o declínio do tal clube de Lisboa.
Construir, dá muito trabalho. Mas destruir é muito mais fácil e consegue-se de um momento para o outro.
Hoje, um grupo de dois ou três aeromodelistas dos outros tempos procuram pôr o clube de pé, “from the scratch”, após o estado lastimoso em que algumas direções o deixaram.
E esta conversa tem aplicação para o clube organizador deste encontro. Tal como aconteceu com o tal clube, noutra época, foi agora atingido o auge da qualidade e quantidade em prática do aeromodelismo pela APSIA. Fazendo menos de uma décima parte das modalidades nacionais, este é o clube com maior número de filiados e de praticantes em Portugal, sem quaisquer dúvidas. Oxalá continue com esta força e determinação e as muito próximas eleições não o encaminhem para a deterioração como tem acontecido, infelizmente, noutros casos.

Carlos Bastos

1 comentário:

TouCá disse...

Quem é o rapazinho tão jeitoso rodeado de tanto equipamento?
Sabe voar baixinho ou vai lá para as alturas?